sexta-feira, 6 de julho de 2007

Um mundo em mim mesmo


"A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso. Pois essa impressão também me acompanha por toda parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e como todo o nosso labor visa apenas a satisfazer a nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência; quando verifico que nosso espírito só pode encontrar tranquilidade, quanto a certos pontos das nossas pesquisas, por meio de uma resignação povoada de sonhos, como um presidiário que adornasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes da sua célula... tudo isso, Wilhelm, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo em mim mesmo! Mas, também aí, é um mundo de pressentimentos e desejos obscuros e não de imagens nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando, prossigo na minha viagem através do mundo" (Werther de Johann W. Goethe).

As vezes penso até onde realmente vai a capacidade da razão humana. Imagino realmente até onde vai a capacidade do nosso cérebro. Será que tudo que pensamos ser verdade incontestável para nós, também é uma verdade incontestável no universo? Nosso conhecimento sempre esbarra no conceito do "nada",no conceito do infinito, no conceito da existência. Isso não seria porque nosso cérebro não é capaz de compreender tais coisas? Ou porque seguimos uma linha de pensamento errada? Afinal, como disse Einstein, o tempo e o espaço são maneiras pelas quais pensamos e não as condições nas quais vivemos.

Penso que nosso cérebro produz várias realidades e alguns pedaços dessas realidades se convergem formando uma realidade maior. Porém nada é realmente real. É só um sonho! Quando sonhandos por muitos tornasse a realidade aceitado por todos. Mas cada um percebe a realidade à sua maneira. Acho que a única realidade percebida igualmente por todos é a da alma, sempre imutável durante o anos. E por isso poetas de tempos atrás ainda tocam pessoas nos dias de hoje e as teorias passadas são na maioria velhas e ultrapassadas.

O que é real o que não é?!

Um comentário:

ricardo f. silva disse...

"bam..."
spike spiegel então se entrega na saida da vida, ou na entrada na morte.
no despertar de um sonho, ou no adormecer de uma vida. (?)
no silencio que se precipita no vazio deixado pelo grito...
o mundo se concebe tal como o percebemos; é a realidade a soma do que nao somos?

é, parece que não há respostas.
quando muito, boas perguntas.

abraço!